"Sinto muitas saudades de cantar em Portugal"
Foi em 1991, ao vencer o Festival da Canção com Lusitana Paixão, que Dulce Pontes ficou conhecida junto do grande público. Depressa se assumiu como uma intérprete única, abordando a tradição de uma forma muito própria, misturando-a com ritmos de outras latitudes e abrindo-a a uma modernidade pouco usual. Desde então, não mais parou de alargar os seus universos musicais muito para além das fronteiras, físicas e artísticas, de Portugal. Com mais de 25 anos de carreira e depois de ter percorrido as mais prestigiadas salas de espetáculo do mundo, está de volta aos palcos nacionais.
Estes concertos são um regresso, depois de ter estado ausente dos palcos nacionais durante tanto tempo?
Se calhar para algumas pessoas será visto dessa forma. A última vez que cantei em Portugal foi 2012, em Bragança, a cidade onde estou a viver desde há alguns anos. Mas em Lisboa já foi há 4 anos. Reconheço que terá havido um afastamento mediático, mas não foi algo de voluntário da minha parte.
E porque é que isso aconteceu?
Talvez por ter encontrado uma independência da qual estava necessitada, para me poder voltar a sentir livre. De certa forma já a tinha tido, mas depois perdi-a um bocadinho e não descansei enquanto não a senti outra vez. Foi um braço de ferro grande...
Fala de quê? Da indústria?
Sim, que em Portugal tem as suas particularidades, por ser um país mais pequeno. Foi por isso que criei a Ondeiamusica, que funciona como agência e editora, através da qual vou licenciando os trabalhos que faço. Claro que tenho de suportar muitos mais custos, mas, desta forma, os masters ficam no futuro para os meus filhos. É a melhor herança que lhes posso deixar, porque parece que os artistas vendem muitos discos depois de morrer (risos). E depois aconteceu que comecei a cantar cada vez mais lá fora...
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